Mau humor – estou para ir trabalhar. Jogo os olhos numa leitura de bolso enquanto espero o coletivo. À minha frente, um menino-espoleta, que julgo ter sete anos de meninice, enfileira, na carroceria de seu caminhão de plástico, alguns bois. Já já se chateia da boiada e inventa de inventar brinquedo em cima de uma mureta perto de mim.
– Desce daí, menino! – pede a mãe.
– Tem que dizer a palavrinha mágica! – propõe ele.
– Apanhar! – ela sugere.Tomo o ônibus com o rosto mais macio e nem sei se aquele mau humor embarca comigo ou se me escapuli pelo caminho.
Novembro, 2009