quinta-feira, 19 de novembro de 2009

De uma vez em que esperava o ônibus

Mau humor – estou para ir trabalhar. Jogo os olhos numa leitura de bolso enquanto espero o coletivo. À minha frente, um menino-espoleta, que julgo ter sete anos de meninice, enfileira, na carroceria de seu caminhão de plástico, alguns bois. Já já se chateia da boiada e inventa de inventar brinquedo em cima de uma mureta perto de mim.

– Desce daí, menino! – pede a mãe.
– Tem que dizer a palavrinha mágica! – propõe ele.
– Apanhar! – ela sugere.

Tomo o ônibus com o rosto mais macio e nem sei se aquele mau humor embarca comigo ou se me escapuli pelo caminho.

Novembro, 2009

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