Ao Eliamar
Quando a tristeza restar como consolação,E dos olhos desfalecidos, o sonho vão.
Quando as gentilezas estiverem apreçadas nas prateleiras,
E a gratidão, caduca de desuso.
Quando a morte converter-se em lucro,
Como quem boceja,
Ou pestaneja uma estrela.
E o medo corroer-se em hábito,
E os hábitos verdades irrefutáveis –
Discursos prolixos,
Insídia sangrenta,
Vassalo sem fim.
Quando o bem for o mal,
E as vaidades virtudes.
Quando matarem os fetos.
Quando o afeto acabar.
Quando os caminhos travarem nova barbárie
E não houver mais terra,
Nem semente,
Nem horizonte,
Nem saída, nem esperança
E não restar nem grão de ilusão.
E, por fim, quando Deus esquecer a nossa prece
E Maria esquecer de Deus,
E Maria dos santos,
E Maria dos anjos,
E Maria de própria Maria, meu Deus!
Não será mais que imprescindível, providencial também,
Se quem de loucura enferma
Reivindicar nos sentidos
O sentimento mais puro,
Que mesmo o poeta não incluiu neste poema.
E Brade aos homens e supremos: O AMOR É IMPORTANTE, PORRA!!!
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