quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Quando

Ao Eliamar
Quando a tristeza restar como consolação,
E dos olhos desfalecidos, o sonho vão.

Quando as gentilezas estiverem apreçadas nas prateleiras,
E a gratidão, caduca de desuso.

Quando a morte converter-se em lucro,
Como quem boceja,
Ou pestaneja uma estrela.
E o medo corroer-se em hábito,
E os hábitos verdades irrefutáveis –
Discursos prolixos,
Insídia sangrenta,
Vassalo sem fim.

Quando o bem for o mal,
E as vaidades virtudes.

Quando matarem os fetos.
Quando o afeto acabar.

Quando os caminhos travarem nova barbárie
E não houver mais terra,
Nem semente,
Nem horizonte,
Nem saída, nem esperança
E não restar nem grão de ilusão.

E, por fim, quando Deus esquecer a nossa prece
E Maria esquecer de Deus,
E Maria dos santos,
E Maria dos anjos,
E Maria de própria Maria, meu Deus!

Não será mais que imprescindível, providencial também,
Se quem de loucura enferma
Reivindicar nos sentidos
O sentimento mais puro,
Que mesmo o poeta não incluiu neste poema.
E Brade aos homens e supremos: O AMOR É IMPORTANTE, PORRA!!!

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